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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Releitura de A Cartomante de Machado de Assis

A Cartomante

Em uma cidadezinha chamada Jacuizinho, localizada na região noroeste do Rs, vivia uma mulher misteriosa que ocupava-se em adivinhar o futuro das pessoas. Madame Sofia era seu nome. Alta, corpo esbelto, longos cabelos negros e uma pele tão alva que lembrava o clássico Branca de Neve.
Em janeiro de 2009 a chuva torrencial provocou na cidadezinha uma enchente avassaladora que atingiu os moradores próximos ao rio que corta a cidade.
Como ali todos se conhecem, o sentimento de solidariedade brotou nos corações daqueles que não sofreram o mesmo infortúnio.
Faltava água potável, luz, as roupas estavam molhadas e até mesmo móveis e eletrodomésticos foram perdidos.
Nelci, que morava junto à ponte do Rio Jacuizinho, teve sua casa completamente inundada e os animais que criava tiveram que ser ser rapidamente transportados para os campos próximo a casa de Valdir, melhor amigo de seu marido Ladi.
Por isso, todas as manhãs e finais de tarde Nelci ia até a casa de Valdir para alimentar os animais e, como Madame Sofia residia em frente a casa do amigo, começou a brotar nela uma pitada de curiosidade em desvendar o seu futuro.
Ela relutou muito contra a curiosidade, mas acabou por ir até a cartomante.
-Boa tarde! disse Nelci timidamente.
_Boa tarde, bela jovem. Já sei o que queres saber e digo-te ainda que siga seu coração, pois aquele que lhe és gentil na verdade é o seu grande e verdadeiro amor...
Nelci saiu apressadamente para que ninguém a visse.
Quando chegou em casa, encontrou Ladi tomando chimarrão e logo notou sua inquietação:
_O que houve meu amor? Está tão estranha!
_ Fui na Madame Sofia, a cartomante.
_ Cartomante? Para quê?
_Curiosidade!
_ Estas golpistas dizem exatamente aquilo que queremos ouvir. Nossa cidade é pequena e todo mundo sabe da vida de todo mundo. Ela só quer o seu dinheiro!
Os dias se passaram...
Nelci e Valdir continuaram a conviver e o laço de amizade e cumplicidade foi se tornando cada vez mais forte entre os dois, causando em Ladi um ciúme descompassado.
Intrigado com a intimidade dos dois, Ladi resolveu procurar a cartomante.
Quando avistou aquela mulher misteriosa notou rapidamente que a conhecia. Puxou na memória algumas lembranças... Sim, era Luciara, a menina tímida da escola!
_ Entre Ladi. Eu sabia que você viria a minha procura. Eu sei  o que aflinge seu coração!
Será que ela sabia mesmo? pensou Ladi.
_ A confiança é como um cristal, que depois de quebrado não volta a sua forma original.
Ela deve saber de alguma coisa, pensou ele, Nelci está me traindo com meu melhor amigo!
Neste momento um turbilhão de emoções o atordoaram, sentiu os pés saírem do chão, o corpo suou frio.
Com lágrimas de ira saindo de seus olhos, saiu correndo, desnorteado até a casa do amigo.
Lá encontrou Valdir e Nelci sorridentes, tratando os animais como dois enamorados.
E sem pensar duas vezes atirou.
Ao ouvir os disparos Madame Sofia correu até a casa de Valdir. Vendo os corpos estirados no chão deu um suspiro maquiavélico e pensou_ O caminho está livre para conquistar meu grande amor. 

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